EBN Newsroom - Angra dos Reis, 18 de novembro de 2025
A Usina Nuclear de Angra dos Reis, modelo de avanço tecnológico e segurança do Brasil, utiliza piscinas de água como uma das principais instalações para armazenar e controlar resíduos radioativos de alta atividade oriundos principalmente do combustível nuclear irradiado. Essas piscinas são cruciais para a segurança e o gerenciamento eficiente dos rejeitos nucleares, assegurando proteção aos operadores, à população e ao meio ambiente.
O que é a Piscina de Água para Armazenamento?
A piscina de água para armazenamento de resíduos radioativos em Angra é uma estrutura robusta que funciona como um reservatório de segurança para os elementos combustíveis irradiados (ECIs). Esses elementos são varetas de urânio que, após o uso nas reações de fissão no reator, tornam-se altamente radioativas e geram calor residual.
A água da piscina tem papel fundamental: além de atuar como blindagem física contra a radiação, protegendo a equipe da usina, também realiza a função de resfriar os combustíveis usados, dissipando o calor gerado pela radioatividade residual. A camada de água que está acima dos combustíveis tem cerca de 7 metros de profundidade e contém boro dissolvido, que ajuda a controlar a emissão de nêutrons e mantém a estabilidade do sistema nuclear.
Características Técnicas e Segurança
As piscinas de Angra possuem sistemas avançados de troca de calor para remover o calor residual dos combustíveis, mantendo o equilíbrio térmico e evitando a ebulição da água.
A estrutura da piscina é feita para resistir a eventos extremos, como terremotos, tempestades e possíveis falhas técnicas, assegurando a integridade do material radioativo armazenado.
As piscinas são monitoradas 24 horas por dia, com sistemas automáticos e inspeções periódicas para garantir níveis de radiação controlados e manutenção preventiva.
Capacidade e Futuro do Armazenamento
Embora as piscinas tenham sido projetadas para longos períodos, já atingiram limites próximos de capacidade, o que motivou a construção da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco (UAS) em Angra, um projeto de segurança extra que armazenará os ECIs em cápsulas metálicas seladas hermeticamente.
A transição para o armazenamento em seco é uma prática consolidada internacionalmente, considerada mais segura a longo prazo devido à menor dependência de sistemas ativos e à melhoria da contenção física do material radioativo.
Contexto da Gestão dos Resíduos Radiactivos em Angra
A gestão dos resíduos nucleares, incluindo o armazenamento nas piscinas, segue rigorosas normas brasileiras e internacionais, como as regulamentações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e acompanhamento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), garantindo a proteção da população e do meio ambiente.
Além das piscinas, Angra dispõe de unidades para armazenamento temporário e técnicas para o controle contínuo da radioatividade, inscrições e relatórios periódicos às autoridades ambientais, evidenciando o compromisso com transparência e segurança.