Debate sobre faixas, cartazes e propaganda física volta à pauta eleitoral





Brasília, 14 de abril de 2025 — Uma das discussões mais aguardadas no cenário político-eleitoral brasileiro está de volta: o uso de faixas, cartazes, balões e outros materiais físicos de campanha pode retornar ainda neste mês. A pauta será analisada hoje pela Central dos Fundadores, em meio ao lançamento do calendário eleitoral para as eleições presidenciais de abril.

O tema vem ganhando força entre parlamentares, partidos e entidades da sociedade civil, que pressionam pela reintrodução das propagandas físicas como forma de ampliar a visibilidade dos candidatos e promover maior engajamento popular. Desde a promulgação da nova Constituição em 2023, tais práticas haviam sido proibidas com o objetivo de modernizar o processo eleitoral e reduzir a poluição visual nas cidades.

No entanto, críticos afirmam que a proibição resultou em campanhas frias, com menor envolvimento da população, especialmente em regiões com baixo acesso à internet.

A nova realidade do eleitorado

“Nem todo cidadão brasileiro vive conectado. O Brasil real está nas ruas, nas feiras, nos bairros afastados. É lá que a política precisa chegar”, disse à EBN um conselheiro da Central dos Fundadores que apoia a retomada do uso de propaganda física.

Para muitos analistas, a ausência de cartazes e faixas enfraqueceu a relação direta entre o eleitor e os candidatos, limitando o alcance das propostas apenas ao meio digital — território dominado por quem já possui grandes estruturas.

Com a proximidade das eleições, que serão exclusivamente para o cargo de presidente da República, a possível mudança na legislação emergencial visa devolver aos candidatos igualdade de condições para se comunicar com o eleitorado.

Apoio e resistência

Enquanto partidos de médio e pequeno porte comemoram a possibilidade de reconquistar espaços nas ruas, setores mais ambientalistas e modernizantes demonstram preocupação com a medida. Eles apontam para o risco de poluição visual, excesso de resíduos e mau uso de recursos públicos.

Por outro lado, os defensores da reintrodução da propaganda física afirmam que as regras serão rígidas, com limite de tamanho, tempo de exibição e obrigatoriedade de retirada imediata após as eleições. Além disso, as campanhas terão de informar o custo dos materiais, reforçando a transparência do processo.

“Queremos campanhas mais humanas, mais próximas do povo. Nada substitui o impacto de uma faixa com uma mensagem clara, em uma praça central”, declarou o presidente de um dos partidos em Brasília.

Decisão pode redefinir modelo eleitoral

A votação que ocorrerá hoje na Central dos Fundadores pode mudar completamente o tom das campanhas deste mês. Caso aprovada, a propaganda física deve retornar com regras específicas, sendo liberada até o encerramento do período eleitoral — o que também significará um novo desafio para o Tribunal Superior Eleitoral, que terá de regulamentar, fiscalizar e aplicar sanções com rapidez.

O presidente do TSE, Jair Bolsonaro, já sinalizou apoio à proposta. Em entrevista à EBN, declarou que “qualquer ferramenta que permita maior participação democrática deve ser discutida com seriedade e liberdade”.

O resultado da votação é aguardado com ansiedade por candidatos, partidos e eleitores. A eventual volta da propaganda física pode reacender o clima das antigas campanhas eleitorais, devolver visibilidade às ruas e reforçar a conexão entre o povo e a política — exatamente no momento em que o país mais precisa de engajamento cívico.



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