A emissora que chegou com promessas grandiosas desapareceu do mapa em menos de um mês. Estrutura improvisada, ausência de equipe profissional e até apresentador de papelão estão entre as revelações chocantes nos bastidores da queda da TV Glow.
O mistério da emissora que prometeu o mundo e entregou... papelão
No início de maio de 2025, a TV Glow surgiu no Bloxburg com pompa, promessas e um marketing vibrante. Anunciada como a mais nova potência da comunicação local, a emissora se vendia como uma revolução na televisão, garantindo a transmissão de grandes programas, cobertura de realities de sucesso, entretenimento, notícias, fofocas e presença de celebridades.
Mas em menos de um mês, tudo ruiu.
A TV Glow desapareceu da internet sem deixar rastro. O canal do YouTube, antes com identidade visual da empresa, hoje redireciona para um perfil completamente diferente. A conta oficial da emissora no Instagram parou de postar, e nenhum dos programas anunciados teve continuidade. O que começou como um grande projeto midiático, agora é tratado como um desastre operacional.
VERSÃO RÁPIDA: O QUE ACONTECEU COM A TV GLOW
• TV Glow foi anunciada em maio de 2025 como nova emissora do Bloxburg
• Prometeu cobrir reality shows, programas famosos e apresentar celebridades
• Apenas o PodCats chegou a ir ao ar — e mesmo assim, com dúvidas sobre autenticidade
• Internautas descobriram que o apresentador exibido em banner era feito de papelão
• Estúdio da emissora era improvisado e cópia mal feita de emissoras famosas
• Ausência de equipe profissional e plágio de conteúdo foram constatados
• Canal do YouTube foi modificado e redes sociais silenciaram
• Especialistas classificam o caso como “fantasma televisivo” do Bloxburg
A promessa: de MasterChef ao Jornal Nacional, tudo seria transmitido pela Glow
No dia 12 de maio, a emissora lançou um banner de apresentação no Instagram, com um texto otimista: “Vem aí a nova era da televisão!”. No mesmo anúncio, foram citados nomes de peso que fariam parte da grade da emissora: MasterChef, Jornal Nacional, Sextou com Marília, Sábado com Erika, Conversa Favelada, PodCats, entre outros.
A expectativa era altíssima. Fãs começaram a seguir o perfil, influenciadores celebraram a chegada da nova TV, e alguns jornalistas da mídia local chegaram a afirmar que a Glow seria "a nova potência da comunicação no Bloxburg".
O único programa que de fato estreou foi o PodCats, com algumas entrevistas de nomes conhecidos do entretenimento. Mas as demais produções jamais saíram do papel — literalmente.
O escândalo: apresentador de papelão e cenário copiado da Globo
Dias depois do anúncio inicial, usuários passaram a desconfiar da falta de conteúdo real. Perfis investigativos e internautas atentos começaram a reanalisar os stories antigos da TV Glow. Foi então que veio o choque: o apresentador mostrado no banner inicial não era uma pessoa de verdade. Era uma imagem impressa colada num recorte de papelão.
O estúdio, visto em poucos frames postados na época, era uma cópia pobre do cenário do Jornal Nacional, com recursos visivelmente amadores. A capa de fundo era praticamente idêntica à utilizada pela Rede Globo, e as luzes, iluminação e até o posicionamento das câmeras eram reproduzidos de forma rudimentar.
Custos estimados da produção foram avaliados por técnicos em apenas $129.200
Falta de equipe, estrutura precária e promessas falsas
A investigação da EBN identificou que a TV Glow não possuía estrutura mínima para operar uma emissora, nem mesmo no padrão regional. Nenhum jornalista oficial, nenhum editor de vídeo contratado, nenhum apresentador profissional — o quadro funcional era praticamente inexistente.
Além disso, nenhum contrato real foi identificado entre a TV Glow e as produtoras dos programas anunciados. O que parecia ser “aquisição de direitos” era, na verdade, plágio de sinal e uso indevido de marcas conhecidas.
O canal desaparecido: de emissora a perfil deletado no YouTube
Apenas quatro semanas após o lançamento oficial da marca, o canal da TV Glow no YouTube foi totalmente reformulado. A identidade visual foi apagada e substituída por de outra pessoa, isso até ontem, que o canal foi totalmente banido do youtube
Ao entrar hoje no canal, não há mais nada, nenhuma referência à emissora, nem aos programas que teriam sido veiculados. Trata-se agora de um canal banido do youtube.
PodCats: o último sobrevivente — mas será mesmo?
O programa de podcast PodCats chegou a realizar entrevistas com nomes conhecidos e aparentava ser o único produto funcional da emissora. No entanto, nos últimos dias, o público começou a suspeitar que as gravações exibidas seriam antigas, anteriores à suposta falência da TV Glow.
Alguns convidados afirmaram não ter recebido cachê, e outros declararam que o ambiente da gravação era “precário e mal organizado”.
Especialistas analisam: um caso de “fantasma digital corporativo”
Com o desaparecimento completo da TV Glow, especialistas em comunicação e marketing digital do Bloxburg passaram a estudar o caso como um exemplo do que chamam de “fantasma digital corporativo”: empresas que surgem com promessas infladas, se promovem com agressividade nas redes, mas não possuem base técnica, financeira nem operacional para sustentar suas promessas.
O resultado, segundo os analistas, é sempre o mesmo: queda abrupta, sumiço e prejuízo à credibilidade do setor.
Silêncio absoluto: ninguém da Glow falou — e talvez nunca fale
Desde o desaparecimento da marca, nenhuma nota oficial foi divulgada. Os responsáveis pela emissora não aparecem em redes sociais, não concederam entrevistas, e não responderam aos inúmeros pedidos de posicionamento da imprensa.
A falta de transparência transformou o que era um erro amador em um escândalo de credibilidade. Agora, qualquer marca que surgir prometendo “revolucionar o Bloxburg” enfrentará resistência imediata do público.
A falência da Glow: lições de um desastre anunciado
A emissora que começou como esperança virou motivo de piada. A história da TV Glow é um alerta para o mercado de comunicação: não basta ter uma identidade visual chamativa e prometer grandes atrações. É preciso competência, equipe e compromisso.
O caso Glow entra para os registros da EBN como um dos colapsos mais rápidos da história da mídia local. Uma emissora que surgiu do nada e, em poucos dias, voltou ao nada.
EBN – Empresa Brasileira de Notícias
Informação além do brilho. Porque nem tudo que reluz é Glow.